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sábado, 16 de julho de 2016

Orientações para Boa Educação dos Filhos - Por Santo Afonso Maria de Ligório

 Por Santo Afonso Maria de Ligório


"É obrigação dos pais vigiar também seus filhos; devem sempre saber onde se acham e com quem andam os filhos. De forma alguma pois, se poderá desculpar aqueles mães que, para verem suas filhas em breve casadas, consentem que sejam visitadas a toda hora por seus namorados que pouco se importam que vivam em estado de pecado ou de graça de Deus. Estas são aquelas mães de que fala David, que sacrificam suas filhas ao demônio por proveitos materiais. ´E imolaram ao demônio seus filhos e suas filhas' (Sl 105, 37). Algumas mães introduzem pessoalmente rapazes em suas casas, para que se entretenham com suas filhas, e, finalmente, emaranhados nas redes do pecado, vêem-se obrigados a contrair casamento com elas. Estas mães infelizes não veem que assim se acorrentam ao inferno com outras tantas cadeias quantos sãos os pecados cometidos nestas ocasiões. (...) Os pais são igualmente obrigados a dar bom exemplo a seus filhos. Estes principalmente quando pequenos, imitam tudo o que veem, com a agravante de seguirem mais facilmente o mal, ao qual nos sentimos inclinados por natureza, que o bem, que contraria nossas inclinações perversas. Como poderão os filhos comportar-se irrepreensivelmente se ouvirem seus pais blasfemar a miúdo, falar mal do próximo, injuriá-lo e desejar-lhe mal, prometer vingar-se, conversar sobre coisas indecentes e defender máximas ímpias, como estas: Deus não é tão severo como dizem os padres; ele é indulgente com certos pecados, etc? O que se tornará a filha que ouve sua mãe dizer: 'É preciso deixar-se ver no mundo e não se enclausurar como uma freira em casa? Que bem se pode esperar dos filhos que veem seu pai o dia inteiro sentado na taberna e, depois chegar bêbado a casa, ou então visitar casas suspeitas, confessando-se uma só vez no ano ou só muito raramente? S. Tomás diz que tais pais, de certo modo, obrigam seus filhos a pecar. Este é um sinal de que se origina a perdição de muitas almas, pois os filhos imitam o mau exemplo dos pais e dão, mais tarde, por sua vez, mau exemplo a seus filhos, e desta maneira pais, netos e gerações inteiras perdem-se miseravelmente.

Muitas vezes queixam-se os pais que os filhos são maus, mas como ser poderá colher uvas de espinhos? pergunta o divino salvador. Como poderão os filhos ser bons, se os pais não prestam? Só por milagre.

Um pai de família que quiser bem governar a sua família deverá, antes de tudo cuidar em afastar o mal de sua casa e em promover o bem. Quanto ao primeiro ponto, atenda ao seguinte: 1) Impeça que os seus filhos convivam com maus companheiros ou criados corruptos, ou que se empreguem em casas de pessoas que não tenham boa fama; 2) Afaste de sua casa todos os criados ou criadas que possam ser ocasião de pecados para seus filhos ou filhas. Um bom pai evita ajustar criadas moças quando tem filho púberes. 3) Não permita em sua casa NENHUM livro que contenha coisas indecentes ou histórias amorosas: tais livros são uma peste para os jovens. Certo rapaz, objeto de admiração e veneração de uma cidade inteira, leu por acaso um livro imoral, e tornou-se tão depravado que, para evitar escândalo público, viu-se o magistrado forçado a desterrá-lo. Um outro jovem, que se esforçava em vão por vencer a virtude de uma moça, conseguiu o seu intento dando-lhe a ler um romance amoroso. - Maior seria ainda a desgraça, se um pai de família permitir em sua casa livros que atacam a fé, e impugnam a Santa Igreja. 4) Retire de sua casa todos os quadros inconvenientes e, particularmente, ou indecentes; 5) Proíba severamente a seus filhos tomar parte em divertimentos que oferecem ocasião de pecado.

Quanto ao segundo ponto, observe o seguinte: 1) Cuide que todos os que lhe são sujeitos peçam a Deus, pela manhã, a graça de não cometerem pecado algum durante o dia e que rezem, nessa intenção três Ave-Marias, pedindo a proteção da Virgem; 2) Cuide que seus filhos se aproximem no tempo conveniente, dos santos sacramentos. Não os obrigue, contudo, a se confessarem e comungarem amiudadas vezes, nem lhes imponha a obrigação de se confessarem com determinado confessor, para se evitarem sacrilégios.

Para que se acostumem a cumprir com o que lhes é rigorosamente prescrito, é muito útil acostumá-los a exercícios de piedade, que não são propriamente de preceito, como a recitação cotidiana do terço e das ladainhas de Nossa Senhora, o exame de consciência, à noite, recitação dos atos de fé, esperança e caridade, visitar o SS. Sacramento, fazer novenas em preparação às festas de Nossa Senhora, praticar pequenas mortificações e privações, como deixar de comer frutas, doces, etc. nos sábados. Não deixe de mandar à Igreja seus filhos, quando há pregações ou exposição do  SS. Sacramento, retiros, ou qualquer outra devoção.

O Espírito Santo diz: "Tens filhos? Instruí-os e dobra-os desde a sua meninice" (Ecle 7,25). S. Luís, rei da França, costumava fazer o sinal da cruz antes de começar qualquer ação. "Isto me ensinou minha mãe, dizia ele, quando era ainda pequeno."

Oxalá que todos os pais incutissem bons costumes a seus filhos; infelizmente cuidam eles mais em procurar para os filhos bens temporais que espirituais e eternos, e, assim perdem uns e outros. 3) Empenhe-se em inculcar a seus filhos máximas cristãs, por exemplo, a necessidade de fugir das más companhias e ocasiões perigosas, a conformidade com a vontade divina, o paciente sofrimento das adversidades da vida, a insignificância das riquezas e prazeres terrestres, etc. Ponha muitas vezes diante de seus olhos a desgraça imensa dos que vivem em pecado mortal e a importância do negócio de nossa salvação. Previna-os contra a vaidade do mundo, lembre-lhes a hora da morte, com a qual tudo se acaba, mostre-lhes a grande importância da devoção a SS. Virgem.

Impressas no espírito ou coração dos filhos estas verdades, começarão a agir conforme elas e acostumar-se-ão a regular cristãmente sua vida.

Santo Afonso de Ligório - Escola de Perfeição Cristã.

Um comentário:

  1. Postagem mais que oportuna, visto vivermos num mundo tolerâncias sem fronteiras ou limites. A noção de pecado tornou-se tão diluída que se aceita como "natural" a indecência do vestir e do comportar-se. Esta cultura da morte é reforçada pelos sacerdotes "politicamente corretos", os quais não fazem a menor menção aos vestidos indecorosos de homens e mulheres que vão à Missa como se fosse passear num shopping ou à praia. Lamentável!

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