por John Horvat II
Muitos pais se dão por satisfeitos se alcançam êxito em proteger seus filhos das péssimas influências externas. Só que eles também precisam considerar as más-influências e distrações que aparecem dentro do seio familiar. Os pais deveriam dedicar uma grande atenção ao desenvolvimento de relações amistosas; numa atmosfera de carinho intenso.
A vida moderna tende a conspirar contra essas relações. Com muita frequência, as famílias vivem nas mesmas casas, mas não se comunicam. Os membros da família trazem, para dentro do lar, o ritmo frenético, a agitação e as agendas ocupadas que orientam suas vidas fora de casa.
“Frequentemente, na fragmentação da família”, escreve o Dr. Peter Whybrow, “os membros voltam-se para seus próprios interesses – jogar videogames, assistir televisão, escrever e-mails, trabalhar no computador, falar ao telefone – de modo que a casa não seja mais um lar, mas uma estação para outro mundo” (Peter C. Whybrow, American Mania: When More is Not Enough, W. W. Norton, Nova York, 2005, p. 242).¹
Perdidas são as refeições que deveriam ser partilhadas. Atividades familiares espontâneas como conversar, cantar e se distrair são substituídas por ocupações sem qualquer interação. Enquanto tudo isso ocorre, muitos pais vivem a ilusão de que essas falhas podem ser compensadas se eles tiverem um “tempo de qualidade” com as crianças. Tais intervalos, frequentemente, não possuem nem qualidade nem tempo, visto que todos estão comprometidos com suas próprias rotinas estafantes.
Qualquer retorno à ordem deve se basear no retorno à vida familiar. Deve-se incluir a presença física do pai, da mãe e dos membros da família – já considerando isso um grande feito; nesses tempos de divórcio e guarda compartilhada. Entretanto, deve-se instituir, especialmente, aquela interação natural e espontânea que une os membros da família na alegria e na tristeza, e que faz da família uma unidade social insubstituível para a sobrevivência da sociedade.
¹ Título do livro: “Mania Americana: Quando Mais Não é o Bastante”, em tradução livre.
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