Pesquisar

Mostrando postagens com marcador Devoção e Vida Interior. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Devoção e Vida Interior. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

O Testemunho de São João Batista e a Modéstia Cristã - Santo Afonso de Ligório

Trecho de Santo Afonso de Ligório tirado do Livro Meditações para todos os dias do ano; TOMO I; do Terceiro Domingo do Advento.

"O Evangelho de hoje, como diz S. Gregório, faz ressaltar bem claramente a humildade do Baptista. Muito embora estivesse adornado de tais e tantas virtudes, que se pudesse crer se ele o Messias prometido, não somente recusou terminantemente esse nome dizendo: Non sum ego Christus - Eu não sou o Cristo; mas ainda mais protestou não ser digno nem sequer de desatar os cordões das sandálias do redentor. Constrangido, pois a dar informações acerca de si próprio, cala a nobreza de seus pais, a dignidade sacerdotal, e apenas faz saber o que é indispensavelmente necessário, a saber, o seu ofício de precursor de Jesus Cristo: Ego vox clamantis in deserto: Dirigite viam Domini - "Eu sou a voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor."

Deves tu também praticar igual modéstia, se verdadeiramente desejas agradar a Deus e assim preparar-te para fazer nascer o divino menino em teu coração. Evita de dizer qualquer palavra de louvor próprio, tanto acerca da tua conduta, dos teus talentos e exercícios de virtudes; como acerca da tua família, enaltecendo a nobreza, as riquezas, o parentesco. Em uma palavra, no falar do que te respeita ou de ti mesmo, procura sempre a imitação do Baptista, abaixar-te e nunca te exaltares acima dos outros. Fala antes o mal que o bem; descobre antes os teus defeitos, do que as ações que talvez tenham aparência de virtudes. Abaixando-te, nunca te prejudicarás; mas como diz São Bernardo por pouco que te exaltes acima do que és na verdade, podes causar-te grande mal. Além disso é bem conhecido o adagio comum: Louvor em boca própria é vitupério. 

Demais melhor será que nas conversações não fales absolutamente de ti próprio, nem para bem, nem para mal, considerando-te como pessoa tão vil, que nem sequer mereça ser mencionada. Quantas vezes não sucede que contando coisas mesmo que para nossa própria confusão, se insinue alguma oculta e fina soberba, e que interiormente desejemos ser elogiados ou ao menos ser tidos por humildes e virtuosos.

Se por acaso sem culpa tua, te louvarem procura então haver-te assim como se houveram os santos e nos ensinaram. Quer dizer: lança uma vista sobre tantos defeitos teus; confunde-te interiormente por não possuíres os méritos que te atribuem. Treme pensando que talvez a estima dos homens não seja a maior desgraça que te pode suceder, porquanto, pela vã complacência te pode fazer perder todos os merecimentos que porventura tinhas adquirido perante Deus. Demais, pode infectar-te o coração formentando-te o orgulho, e assim ser causa de tua queda e eterna condenação. Por isso diz S. Francisco de Sales, que os louvores são um veneno doce e desapercebido, que mais de uma vez tem dado a morte à virtude e à piedade dos mais santos e piedosos. - Sobretudo, quando perceberes que te elogiam, olha para Jesus Crucificado, que, por teu amor, longe de buscar os louvores, preferiu ser o homem mais desprezado, ou antes, o mais abjeto entre todos os homens: despectum et novissimum virorum. 

Ó meu Jesus, envergonho-me de comparecer na vossa presença. Vós, embora inocente, fostes por vosso amor cumulado de ignomínias, e eu pecador tão ávido sou de louvores e honras! Ah meu Deus, como me vejo desigual a vós! Isso me faz temer pela minha salvação eterna vista que os predestinados vos devem ser achados conformes. Mas não quero perder a confiança em vossa misericórdia; Vós mesmo me deveis mudar. Amo-vos bondade infinita; arrependo-me dos desgostos que vos tenho causado com o meu orgulho, e proponho sofrer por vosso amor qualquer desprezo, qualquer injúria que me for feita. 'Vós Senhor inclinai os vossos ouvidos às nossas súplicas e ilustrai as trevas do  meu espírito com a graça de vossa visita.' Dai-me força para guardar fielmente o meu propósito. Quero sempre dizer-vos: Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso. Ajudai-me também vós, ó Maria, a mais humilde de todas as criaturas. 






quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

O Amor do Mundo torna os homens Infelizes - Santo Afonso de Ligório

Que é propriamente este mundo? Um campo cheio de espinhos, lágrimas e dores. O mundo promete grandes recompensas a seus sequazes: divertimentos, alegrias e paz; tudo, porém, se reduz a ilusão, amargura e vaidade. As riquezas honras e prazeres mundanos transformam-se finalmente em tormentos e aflições. E queira Deus não se eternize para muitos amigos do mundo essa aflição, pois são inúmeros, grandes e inevitáveis os perigos de perder a Deus, a alma e o céu no meio do mundo. 

Os bens deste mundo não podem saciar o nosso coração. Os animais que foram criados para a terra, contentam-se com o terrestre; mas o homem que foi criado para Deus, só em Deus pode achar sua satisfação. É o que nos ensina a experiência, pois se os bens terrenos tornassem felizes os homens, seriam certamente felizes os príncipes deste mundo, que possuem em abundância dinheiro, honras e alegrias. E o que vemos? Eles vivem mais descontentes e incomodados que os outros homens, pois onde há maior riqueza e dignidade, reina também maior temor, amargura e inquietação.

domingo, 29 de outubro de 2017

Cristo, Rei da mulher

       No princípio do século V, Roma viveu tristes e enlutados dias; as ondas devastadoras das invasões bárbaras, às ordens de Alarico, invadiram e arruinaram a cidade eterna, outrora tão rica e opulenta. A aristocracia pagã romana censurava amargamente os cristãos: Vós sois a causa de todos estes males.
     «Nós? - gritou Santo Agostinho, no seu livro De Civitate Dei. - Nós? Por termos derrubado os vossos ídolos? - Pelo contrário, vieram todas estas calamidades, porque ainda acreditais neles. Por isso nos assola a desgraça».
     Também se desmorona hoje o mundo atual. E será porque somos cristãos? Ao contrário; porque não o somos, porque não seguimos deveras a Cristo. A humanidade. a sociedade, a família moderna, adoram ainda muitos ídolos. A idolatria continua à nossa volta; temos máximas pagãs. temos um conceito da vida completamente pagão, idolatramos os prazeres, como se fôssemos pagãos; por isso o mundo cambaleia. Vimos já nos capítulos anteriores para onde caminha a humanidade se se separa de Cristo. Chegamos agora·a um novo tema. cuja importância é indiscutível. Trataremos da questão da mulher, sob este título: - Cristo - Rei da mulher.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

São João Maria Vianney: Sermão sobre a Pureza

“Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus” (Mat. 5, 8).


"Nós lemos no Evangelho, que Jesus Cristo, querendo ensinar ao povo que vinha em massa, aprender dEle o que era preciso fazer para ter a vida eterna, senta-se e, abrindo a boca, lhes diz: “Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus.” Se nós tivéssemos um grande desejo de ver a Deus, meus irmãos, só estas palavras não seriam acaso suficientes para nos fazer compreender quanto a pureza nos torna agradáveis a Ele, e quanto ele nos é necessária? Pois, segundo Jesus Cristo, sem ela, nós não o veremos jamais! “Bem-aventurados, nos diz Jesus Cristo, os puros de coração, porque eles verão o bom Deus”. Pode-se acaso esperar maior recompensa que a que Jesus Cristo liga a esta bela e amável virtude, a saber, a posse das Três Pessoas da Santíssima Trindade, por toda a eternidade?… São Paulo, que conhecia bem o preço desta virtude, escrevendo aos Coríntios, lhes diz: “Glorificai a Deus, pois vós o levais em vossos corpos; e sede fiéis em conservá-los em grande pureza. Lembrai-vos bem, meus filhos, de que vossos membros são membros de Jesus Cristo, e que vossos corações são templos do Espírito Santo. Tomai cuidado de não os manchar pelo pecado, que é o adultério, a fornicação, e tudo aquilo que pode desonrar vossos corpo e vosso coração aos olhos de Deus, que a pureza mesma”. (I Cor, 6, 15-20) Oh! Meus irmãos, como esta virtude é bela e preciosa, não somente aos olhos dos homens e dos anjos, mas aos olhos do próprio Deus. Ele faz tanto caso dela que não cessa de a louvar naqueles que são tão felizes de a conservar. Também, esta virtude inestimável constitui o mais belo adorno da Igreja, e, por conseguinte, deveria ser a mais querida dos cristãos. Nós, meus irmãos, que no Santo Batismo fomos rociados com o Sangue adorável de Jesus Cristo, a pureza mesma; neste Sangue adorável que gerou tantas virgens de um e outro sexo; nós, a quem Jesus Cristo fez participantes de sua pureza, tornando-nos seus membros, seu templo… Mas, ai! Meus irmãos, neste infeliz século de corrupção em que vivemos, não se conhece mais esta virtude, esta celeste virtude que nos torna semelhantes aos anjos!… Sim, meus irmãos, a pureza é uma virtude que nos é necessária a todos, pois que, sem ela, ninguém verá o Bom Deus. Eu queria fazer-vos conceber desta virtude uma ideia digna de Deus, e vos mostrar, 1º. quanto ela nos torna agradáveis a Seus olhos, dando um novo grau de santidade a todas as nossas ações, e 2º. o que nós devemos fazer para conservá-la".

sábado, 3 de junho de 2017

Quereis ver o que sois, oh Cristãos? - Santo Afonso de Ligório

Um momento depois da morte


Considera, ó homem, que foste formado de terra, e à terra hás-de voltar. Dia virá em que hás-de morrer, ser lançado numa sepultura, entregue à corrupção e aos vermes, que te cobrirão, tornando-se o teu único vestido, conforme a expressão de Isaías (14,11):Operimentum tuum erunt vermes. Tal é a sorte reservada a todo e qualquer homem, quer nobre, quer plebeu, príncipe ou vassalo. Saída do corpo com o último sopro, a alma irá para a sua eternidade e o corpo se mudará em pó: Auferes spiritum eorum et deficient, et in pulverem suum revertentur (Ps. 103,29), <hás-de tirar-lhes o espírito que os anima; deixarão de viver e voltarão a ser pó.>

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Graus de Perfeição - São João da Cruz

1. Por nada deste mundo cometer pecado, nem mesmo venial com plena advertência, nem imperfeição conhecida.

2. Procurar andar sempre na presença de Deus, real, imaginária ou unitiva, segundo se coadune com as obras que está fazendo.

3. Nada fazer nem dizer coisa de importância, que Cristo não pudesse fazer ou dizer se estivesse no estado em que me encontro e tivesse a idade e a saúde que eu tenho.

4. Procure em todas as coisas a maior honra e glória de Deus.

5. Por nenhuma ocupação deixar a oração mental que é o sustento da alma.

6. Não omitir o exame de consciência, sob pretexto de ocupações, e, por cada falta cometida, fazer alguma penitência.

7. Ter grande arrependimento por qualquer tempo não aproveitado ou que se lhe escapa sem amar a Deus.

8. Em todas as coisas, altas e baixas, tenha a Deus por fim, pois de outro modo não crescerá em perfeição e mérito.

9. Nunca falte à oração e quando experimentar aridez e dificuldade, por isso mesmo persevere nela, por que Deus quer muitas vezes ver o que há na sua alma e isso não se prova na facilidade e no gosto.

10. Do céu e da terra sempre o mais baixo e o lugar e o ofício mais ínfimo.

11. Nunca se intrometa naquilo de que não te encarregaram, nem discuta sobre alguma coisa, ainda que esteja com a razão. E, no que lhe for ordenado, se lhe derem a unha (como se costuma dizer) não queira tomar também a mão, pois alguns, nisto se enganam, imaginando que têm obrigação de fazer aquilo que, bem examinado, nada os obriga.

12. Das coisas alheias não se ocupe, sejam elas boas ou más, porque além do perigo que há de pecar, essa ocupação é causa de distrações e amesquinha o espírito.

13. Procure sempre confessar-se com profundo conhecimento de sua miséria e com sinceridade cristalina.

14. Ainda que as coisas de sua obrigação e ofício se lhe tornem dificultosas e enfadonhas, nem por isso desanime, porque não há de ser sempre assim, e Deus, que experimenta a alma simulando trabalho no preceito (Cf. Sl 93,20), daí a pouco lhe fará sentir o bem e o lucro.

15. Lembre-se sempre de que tudo quanto passar por si, seja próspero ou adverso, vem de Deus, para que assim nem num se ensoberbeça nem no outro desanime.

16. Recorde-se sempre de que não veio senão para ser santo e assim não consinta que reine em sua alma algo que não leve à santidade.

17. Seja sempre mais amigo de dar prazer aos outros do que a si mesmo e, assim, com relação ao próximo, não terá inveja nem predomínio. Entenda-se, porém, que isso se refere ao que for segundo a perfeição, porque Deus muito se aborrece com os que não antepõem o que lhe agrada ao beneplático dos homens.

Pequenos Tratados Espirituais

sexta-feira, 17 de junho de 2016

10 Máximas de Santo Afonso de Ligório

1. É nas doenças que se vê quem tem virtude.

2. Antes perder tudo, que perder a Deus.

3. Perturbar-se com as faltas cometidas não é humildade, mas orgulho.

4. Só somos o que somos diante de Deus.

5. Sempre o demônio anda à caça dos ociosos.

6. Desgraçado de quem ama mais a saúde que a santidade!

7. Os curiosos são sempre dissipados

8. Os santos falam sempre de Deus; sempre dizem mal de si próprios, e sempre bem dos outros.

9. A quem procura ser estimado, estima Deus pouco.

10. Quando se pensa no inferno que se mereceu, sofrem-se com resignação todas as penas.

Fonte: Ad Majorem Dei Gloriam.

sábado, 4 de junho de 2016

A Salvação: Como alcançar?

Estou lendo um livro muito bom chamado "Legítima Interpretação da bíblia" de Lucio Navarro. É um livro que tem como fim desmascarar todas as doutrinas protestantes, que surgiram para atacar o verdadeiro evangelho de Nosso Senhor. Este livro é realmente esplêndido, convido católicos e protestantes a lerem. Basta clicar no link citado acima para adquirir. Como estou lendo, e achei maravilhoso este pequeno trecho, de uma comparação que o autor fez sobre nossa salvação, e meios para alcançá-la, resolvi postar aqui no blog e compartilhar com vocês. Protestantes dizem que obras não salvam (doutrina de Lutero), enquanto que nós católicos cremos que a salvação é dada de graça, entretanto nossa fé produz frutos, pois enquanto estamos na graça santificante, ou seja, unidos com Deus, produzimos frutos e é através do nosso modo de proceder que iremos alcançar (ou não) a salvação. Portanto, como diz São Tiago "a fé sem obras é morta". Mas faço apenas uma breve introdução, pois Lucio Navarro explicará muito melhor que eu a respeito do tema! Espero que gostem. Acompanhem.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

O Modo de governar a Língua - Scupoli

Trecho tirado do livro "O Combate Espiritual" de Lorenzo Scupoli. 

Livro lido por S. Francisco de Sales (Século XV)

"A língua do homem tem grande necessidade de ser controlada e refreada, porque somos muito inclinados a deixá-la correr solta e discorrer sobre o que mais agrada aos nossos sentidos. O falar demais geralmente tem sua raiz na soberba, com a qual, convencidos de saber muito e da superioridade de nossas opiniões, procuramos impô-las aos outros, querendo sempre ter a última palavra, como se fôssemos mestres de quem todos tivessem que aprender.

Não se pode dizer em poucas palavras os danos causados pelo seu excesso. A loquacidade é mãe da preguiça, sinal de ignorância e imaturidade, porta da distração, provedora da mentira e inibidora da devoção e do fervor. O muito falar alimenta as paixões viciosas, o que por sua vez anima cada vez mais a língua a continuar em sua tagarelice indiscreta. Não te alongues em grandes discursos com quem te ouve de má vontade, para não o cansar, e nem tampouco com quem te ouve com prazer, para não exceder os limites da modéstia.

quinta-feira, 10 de março de 2016

As conversas e como se há de falar de Deus - São Francisco de Sales

"Um dos meios mais triviais que têm os médicos para conhecer o estado de saúde de uma pessoa, é a inspeção da língua; e eu posso afirmar que as nossas palavras são o indício mais certo do bom ou do mal estado da alma. Nosso Senhor disse: Por vossas palavras sereis justificados e por vossas palavras sereis condenados. Muitas vezes e espontaneamente movemos a mão para o lugar em que sentimos uma dor e movemos a língua, a todo amor que sentimos no coração.

Se amas a Deus, Filotéia, falarás frequentemente de Deus nas tuas conversas íntimas com as pessoas de casa, com teus amigos e vizinhos. A boca do justo, diz a Escritura, meditará sabedoria e a sua língua falará prudência. Fala, pois, muitas vezes de Deus e experimentarás o que se diz São Francisco - que, quando pronunciava o nome do Senhor, sentia a alma inundada de consolações tão abundantes que até a sua língua e seus lábios se enchiam de doçura.

Mas fala de Deus como de Deus, isto é, com um verdadeiro sentimento de respeito e de piedade e nunca fales dele manifestando uma ciência vã ou num tom de pregador, mas com o espírito de caridade, mansidão e humildade. Imita, quanto a isto, a Esposa dos Cantares, derramando o mel delicioso da devoção e das coisas divinas no coração do próximo, e pede a Deus em espírito que se digne deixar cair este orvalho santo nas almas das pessoas que te ouvem. Sobretudo, não lhes fales com um tom de correção, mas de um modo de inspiração e como os anjos, isto é, com uma doçura angélica, porque é admirável quanto pode alcançar nos corações uma boa palavra que procede do espírito de amor e mansidão.

Jamais fales de Deus ou da devoção como um assunto de diversão ou passatempo, mas sempre atenta e devotamente. Digo isso para te prevenir contra uma espécie de vaidade muito perigosa em que costumam incorrer muitas pessoas que fazem profissão de piedade, isto é, dizer a toda hora muitas palavras santas, como uma simples conversa e sem nenhuma atenção, depois disso pensa-se que se é realmente tal como se deixou transparecer aos outros, o que infelizmente não se é de modo algum."

Filotéia, ou Introdução a Vida Devota, São Francisco de Sales , cap. XVI.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

O Carnaval Santificado e as divinas beneficências

Texto de Santo Afonso de Ligório

I. Por este amigo, a quem o Espírito Santo nos exorta a sermos fiéis no tempo da sua pobreza, podemos entender Jesus Cristo, que especialmente nestes dias de carnaval é deixado sozinho pelos homens ingratos e como que reduzido à extrema penúria. Se um só pecado, como dizem as escrituras, já desonra a Deus, o injuria e o despreza, imagina quanto o divino Redentor deve ficar aflito neste tempo em que são cometidos milhares de pecados de toda a espécie, por toda a condição de pessoas, e quiçá por pessoas que lhe estão consagradas. Jesus Cristo não é mais susceptível de dor; mas, se ainda pudesse sofrer, havia de morrer nestes dias desgraçados e havia de morrer tantas vezes são as ofensas que lhe são feitas.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

[Convite] Ato de Reparação ao Sagrado Coração de Jesus pelos pecados do Carnaval.

Convidamos nossos seguidores a fazer um ato de reparação a tantas ofensas que serão cometidas a Nosso Senhor nestes dias de Carnaval. Portanto, reúnam um grupo de amigos em suas cidades para rezar o rosário completo em reparação em frente ao santíssimo e caso isso não for possível intensifiquemos nossas orações e penitências durantes estes dias, oferecendo nossos pequenos sacrifícios em reparação a tantos pecados ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria.

Abaixo o texto de nossos amigos do blog: Ad Majorem Dei Gloriam.

domingo, 24 de janeiro de 2016

O Pecado Mortal e o Pecado Venial na BÍBLIA

Certa vez, quando eu ainda estava na faculdade, uma protestante da minha turma e colega minha disse "Não existe pecadinho e pecadão, pecado é pecado e pronto". Eu disse então que existiam pecados mortais e veniais, e a protestante continuou teimando que não. Ela protestava contra um sacerdote que tinha dito que há uns pecados maiores que outros. Foi uma pena que eu não tinha uma bíblia naquele momento, senão eu teria mostrado a diferença entre pecado mortal (grave) e venial (leve) e que sim, a própria sagrada escritura diferencia-os. Mas protestantes são geralmente assim, infelizmente, escolhem da bíblia o que querem e descartam (ou ignoram) o que não lhes agrada.

Afinal, qual versículo da bíblia que faz distinção entre pecado mortal (grave) e venial (leve)? Eis abaixo:

“Se alguém vê o seu irmão cometer um pecado que não leva à morte, que ele reze, e Deus dará a vida a esse irmão. Isso quando o pecado cometido não leva para a morte. Existe um pecado que leva para a morte, mas não é a respeito desse que eu digo para se rezar. Toda injustiça é pecado, mas existe pecado que não leva para a morte.” (1 Jo 5,16-17).

O versículo é tão CLARO que por mim já finalizava aqui o artigo. Há pecados que levam a morte (morte da alma = MORTAL) e pecados que não levam a morte (da alma = VENIAL). Eis aí a diferença. Ou seja, pecados graves e pecados leves.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A Humildade - Por Santo Afonso de Ligório

Segui o exemplo de Sta. Catarina de Senna. Quando era tentada de vanglória, humilhava-se; e quando acometida de desânimo, confiava em Deus, pelo que o demônio lhe disse um dia com raiva: “Maldita tu e maldito quem te ensinou esse meio de me vencer. Não sei mais como te apanhar”. — Assim, pois, quando o inimigo vos disser que para vós não há perigo de cair, tremei, pensando que, se Deus vos deixa um instante, estais perdidas. Quando fordes tentadas de desânimo, dizei com Davi: Senhor, pus em vós todas as minhas esperanças, confio que não serei confundida, privada da vossa graça e feita escrava do inferno.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Como fazer uma boa confissão (quando uma confissão é inválida?)

Trechos abaixo retirado do livro "Escola da perfeição cristã" do santo doutor Santo Afonso de Ligório.


"Por sacramento da penitência entende-se aquele pelo qual são perdoados em virtude da absolvição do sacerdote, os pecados cometidos depois do batismo, ao que os confessa ao sacerdote, visto Jesus Cristo haver-lhe concedido esse poder, pelas palavras: "Aos que perdoardes os pecados, ser-lhe-ão perdoados e aos que os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20,23). Por isso o Concílio de Trento lança a excomunhão aos que afirmarem não possuir este sacramento a virtude de perdoar os pecados. (...)

sábado, 19 de dezembro de 2015

Maneiras de fazer mortificações pelos pecados - Por Santo Afonso de Ligório

Por S. Afonso de Ligório



"Nunca percas de vista esta bela sentença de S. Teresa: Quem julga que Deus admite à sua amizade pessoas que amam a comodidade, engana-se redondamente. 'Os que são de Cristo, crucificaram sua carne com seus vícios e concupiscência', diz o Apóstolo (Gál 5,24). Por isso considera como uma dádiva divina toda a ocasião de te mortificares e não deixes nenhuma sem te aproveitares dela.

Reprime teus olhos e não os detenhas em cosias que satisfazem unicamente a curiosidade. Evita toda conversação em que se trata unicamente de novidades ou de outras coisas mundanas. Esforça-te sempre em mortificar o paladar: nunca comas e bebas unicamente para contentar tua sensualidade, mas só para sustentar teu corpo. Renuncia voluntariamente aos prazeres lícitos e dize generosamente, quando ouvires falar das alegrias do mundo: 'Meu Deus, só a vós eu quero e nada mais'. 

Faze com fervor todas as mortificações externas que a obediência e as circunstâncias permitirem. Se não puderes mortificar teu corpo com instrumentos de penitência, pratica ao menos a paciência nas doenças, suporta alegremente toda incomodidade que consigo traz a mudança do calor e do frio; não te queixes quando te faltar alguma coisa, alegra-te antes quando te faltar até o necessário.

Mas principalmente a mortificação interna é que deves praticar, reprimindo tuas paixões e nunca agindo por amor-próprio, por vaidade, por capricho, ou por outros motivos humanos, mas sempre com a única intenção de agradar a Deus. Por isso, enquanto possível, deves te privar daquilo que mais te agradar e abraçar o que desagrada a teu amor-próprio. Por exemplo: quererias ver um objeto: renuncia a isso justamente por te sentires levado a contemplá-lo; sentes repugnância por um remédio amargo: toma-o justamente por ser amargo; repugna-te fazer benefícios a uma pessoa que se mostrou ingrata para contigo: faze-o justamente porque tua natureza se rebela contra isso. Quem quer pertencer a Deus, deve se violentar incessantemente e exclamar sem interrupção: Quero renunciar a tudo, contanto que agrade a Deus."

Escola da Perfeição Cristã.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Sobre a Misericórdia e Justiça Divina - Por Santo Afonso de Ligório

Misericordia enim et ira ab illo cito proximant, et in peccatores respicit ira illius — «A sua misericórdia e a usa ira chegam rapidamente, e em sua ira olha para os pecadores» (Eclo 5,7).

"De dois modos o demônio engana os homens e arrasta muitos consigo ao inferno. Depois do pecado arrasta-os ao desespero, por meio da justiça divina; e antes do pecado excita-os a cometê-lo pela esperança da divina misericórdia. Se quisermos desfazer a arte do inimigo, façamos o contrário: depois do pecado, confiemos na misericórdia divina, mas, antes do pecado, temamos a sua justiça inexorável. Como poderia confiar na misericórdia de Deus quem abusa da mesma misericórdia para o ofender?

I. Diz Santo Agostinho que o demônio engana os homens de dois modos: pelo desespero e pela esperança. Quando o pecador caiu, arrasta-o ao desespero, representando-lhe o rigor da divina justiça; mas antes do pecado, excita-o a cometê-lo pela confiança na divina misericórdia. — Com efeito, será difícil encontrar um pecador tão desesperado que se queira condenar por si próprio. Os pecadores querem pecar, mas sem perderem a esperança de se salvar. Pecam e dizem: Deus é misericordioso; cometerei este pecado e depois irei confessar-me dele. Mas, ó Deus! é assim que falaram tantos que agora estão condenados!

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

O que os rapazes pensam sobre a modéstia? Eis uma opinião!

Texto de Felipe Lustosa


Da minha lista de amigos, daqui desta rede social (Facebook), as mulheres católicas que mais demonstram preparo doutrinário, devoção e piedade, fervor na fé, fidelidade com a Santa Tradição da Igreja, são as mesmas que rejeitam o uso de calças. Só usam saias e vestidos muito modestos. Há algumas exceções entre as que ainda não abandonaram as calças, é verdade. Mas o quadro geral é este. Tirem -- ou não -- as conclusões que quiserem.
"Eu quero que todos vocês meus queridos filhos espirituais, combatam com o exemplo, e sem respeito humano uma santa batalha contra a moda indecente. Deus estará com vocês e irá salvá-los." São Pe. Pio de Pietrelcina

Siga-nos via blogger.com

Total de visualizações de página