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sábado, 8 de março de 2014

Métodos Naturais (billings) e sua licitude pela Santa Igreja

Escrevendo este artigo sobre Contracepção e Aborto: Um pecado que brada aos céus, chegamos ao ponto dos métodos naturais e sua licitude pela Santa Igreja. Vendo que é um assunto importante e pouco difundido hoje em dia, resolvi fazer um artigo a parte somente com este tema, que considero de grande valia para as seguidoras do blog.

Muitas mulheres católicas, desinformadas sobre a doutrina moral da Igreja evitam filhos no casamento. Maior prova disso é que raramente encontramos famílias numerosas como antigamente. Hoje em dia, é comum as mulheres saírem trabalhar fora, ter um ou dois filhos, e dizer que "não quer mais". Ou seja, a decisão de quantos filhos terão não está mais nas mãos de Deus, e sim entre o casal. O que é algo muitíssimo errado. É um pecado grave a contracepção sem motivos justos para tal. 

Qual a finalidade do matrimônio?


Este Sacramento recebe o nome de Matrimônio, ou seja, função de ser mãe, significando a grandeza e o valor da maternidade. Onde se diz "maternidade" leia-se "filhos". Basta examinarmos as características próprias do casamento para compreendermos que quando a Igreja ensina que o fim principal do casamento são os filhos, ela está simplesmente sendo verdadeira, não tem medo da verdade porque sabe que só a Verdade é fonte de verdadeira liberdade. É assim que devemos ensinar que:

- O fim principal do casamento é a procriação

- O amor mútuo é também um fim, porém subordinado, no sentido de depender do fim principal. Assim também o equilíbrio da concupiscência que proporciona o casamento.

Este é um dos motivos pelo qual, um casal unido pelo matrimônio e simplesmente não quer ter filhos, o casamento se torna inválido e nulo. Já quando o casal evita filho e quer decidir quantos quer ter, comete um pecado grave, pecado mortal, pois desvirtua o fim primário do casamento que são os filhos que Deus quiser dar a eles. 

Assim diz o livro do Pe. Júlio Maria [1] datado de 1940:

"Ninguém é obrigado a casar-se; mas casando-se, tem a obrigação de cumprir os deveres do casamento. O casamento tem por fim a creação* e educação dos filhos. Querer o prazer sem encargos: é um sacrilégio e abuso do sacramento do matrimônio". 

"Quando morre uma destas mães desnaturadas, que durante a vida limitou, ella* mesma, o número de filhos que queria ter, e revoltando-se contra a lei de Deus, que marcou este número, no livro da vida, parece-me ouvir um como longínquo gemido, choroso, soluçante: Mamãe, Mamãe! São os filhos não existentes, que deviam ter existido, no plano divino, que eram destinados a esta mãe, desde toda eternidade, mas que seu brutal egoísmo, sem discussão, havia varrido do caminho da existência."

Portanto fica claro, que a partir do momento que o casal está unido pelo sacramento do matrimônio é obrigado a aceitar quantos filhos Deus quiser enviar, e não limitar este número por motivos egoístas, como a maioria dos casais que se dizem católicos hoje fazem. 

É simplesmente triste e lamentável ver este quadro na nossa sociedade, onde a maioria se diz católica, mas não praticam o catolicismo, ou simplesmente fazem de conta que não conhecem a moral católica.

O Paganismo da nossa sociedade atual


Foto enviada por Daniela Cassimiro,Católica
 Esposa, Mãe de 8 Filhos!
O paganismo da sociedade atual, que tirou Deus de suas vidas, está moldando a mente das mulheres católicas. Lembro que quando era ainda menina, ouvia muito das pessoas que "eu não fosse doida de querer muitos filhos", e nós já crescemos com esse "medo" em nós. Medo de ter muitos filhos, e isso vem tão impregnado em nossa mente, que quando casamos a primeira coisa que se lembra é: "Como vou evitar filhos? Quantos vou querer ter? Quando?" Pensamentos que para um casal verdadeiramente Católico devem ser abomináveis. É DEUS quem decide quantos filhos o casal terá, é um ato egoísta querer evitar por motivos banais, como faz a maioria das pessoas, e até mesmo alguns que se dizem católicos praticantes, utilizando para isso métodos naturais. A Igreja Católica sempre apoiou e levou com grande estima uma família numerosa. Assim está escrito no Catecismo da Igreja Católica n. 2373: [2]

“A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais”.

É coisa moderna a limitação do número de filhos. Podemos ver que este pecado se tornou comum e apesar de já existir antigamente, era muito menos frequente. Prova disso são nossas avós, onde algumas tinham famílias numerosas, e hoje em dia isso é cada vez mais raro. Este grande pecado se tornou comum e grande bem faz quem luta contra a corrente, não aceitando o paganismo dos tempos atuais e colocando Deus em primeiro lugar em suas vidas.

O Caso dos Métodos Naturais - Billings, tabelinha etc.


Todos os métodos contraceptivos são considerados pecados mortais pela Igreja (camisinha, DIU, contraceptivos orais, etc). E até mesmo os métodos naturais se utilizados com o pensamento de contracepção (para evitar filhos) sem um motivo justo para tal.

A Igreja Católica só permite a contracepção (natural – billings, tabelinha), quando há realmente um motivo justo. Como por exemplo caso de miséria extrema (passar fome, necessidades financeiras graves), ou quando a mãe corre risco de vida com uma possível gravidez. É o que diz a Encíclica Humanae Vitae [3] do Papa Paulo VI, acompanhe:

“É ainda de recear que o homem, habituando-se ao uso das práticas anticoncepcionais, acabe por perder o respeito pela mulher e, sem se preocupar mais com o equilíbrio físico e psicológico dela, chegue a considerá-la como simples instrumento de prazer egoísta e não mais como a sua companheira, respeitada e amada”.

E ainda: “Em relação às condições físicas, econômicas, psicológicas e sociais, a paternidade responsável exerce-se tanto com a deliberação ponderada e generosa de fazer crescer uma família numerosa, como com a decisão, tomada por motivos GRAVES e com respeito pela lei moral, de evitar temporariamente, ou mesmo por tempo indeterminado, um novo nascimento”. 

E também outro trecho:

“É verdade que em ambos os casos os cônjuges estão de acordo na vontade positiva de evitar a prole, por razões plausíveis, procurando ter a segurança de que ela não virá; mas, é verdade também que, somente no primeiro caso eles sabem renunciar ao uso do matrimônio nos períodos fecundos, quando, por motivos JUSTOS, a procriação não é desejável, dele usando depois nos períodos agenésicos, como manifestação de afeto e como salvaguarda da fidelidade mútua”.

Fiz questão de grifar as palavras: “motivos graves e motivos justos”. Ou seja, é pelos casos que citei acima, que são graves, e não por qualquer motivo que o casal pode evitar os filhos. É preciso ainda consultar um bom sacerdote indicando a causa e sendo obediente a ele nesta questão. Ele saberá informar se em determinadas circunstancias a mulher pode ou não evitar ter filhos, com métodos naturais obviamente, o que ficou claro nos trechos da encíclica do Papa Paulo VI citada acima.

Também, outro papa que se opôs contra a contracepção natural, sem motivos, é o Venerável Pio XII:

"Se essas graves razões (para utilizar os métodos naturais) não estão presentes, a vontade de evitar habitualmente a fecundidade da união, mas continuando a satisfazer plenamente a sensualidade, só pode derivar de uma falsa apreciação da vida e de motivos alheios às retas normas éticas".[4]

Que o vosso amor a Deus esteja acima de qualquer amor humano! O Amor próprio é a causa de quase todos nossos pecados.

"Filhas de Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorais sobre vossos filhos. Porque eis que virá um tempo em que se dirá: Ditosas as estéreis e ditosos os seios que não geraram e os peitos que não amamentaram". 
(Lc XXIII, 28-29).

Fontes:
[1] Pe. Júlio Maria - O Fim do Mundo está próximo? PROPHECIAS ANTIGAS E RECENTES. 3° Ed. Revista pelo autor. 1940. 
* Língua Portuguesa da época de 1940, linguagem original do livro mantida. 
* Este belíssimo livro, que fala do controle da natalidade, pode ser baixado no link: O Fim do Mundo está Próximo? Profecias Antigas e Comentadas pelo Pe. Júlio Maria.
[2] Catecismo da Igreja Católica.
[3] Encíclica do Papa Paulo VI - Humanae Vitae.
[4] Frase de Pio XII tirada de um sermão do Pe. Daniel Pinheiro, do site: Missa Tridentina em brasília.

Um comentário:

  1. Muito bom, os posts! Mas bem que vocês poderiam falar sobre modéstia masculina :)

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