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quarta-feira, 29 de março de 2017

São João Bosco e a Pureza

''Reservadíssimo consigo mesmo, não se cansava D. Bosco de inspirar também nos outros o amor à mais bela virtude; fazia-o nas conversas, nos sermões e nas conferências. Quando falava do tesouro inestimável da pureza ou descrevia o brilho de uma alma casta, e as alegrias de que goza bem como os prêmios que Deus lhe preparou no céu e na terra, a sua palavra produzia um tal encanto que os que a escutavam diziam: -- Somente quem é puro e imaculado como os anjos pode falar deste modo.

Parecia ter uma predileção especial pela pureza. Manso como era e fácil em perdoar aos jovens as faltas contra a disciplina, a caridade, a obediência e o respeito devido aos superiores, era contudo rigoroso em punir os que escandalizavam aos companheiros com seu procedimento. Para esses tais, após alguns avisos, se não se emendavam, abria as portas não permitindo fossem causa de ruína aos colegas. Sofria sobremaneira quando lhe contavam ter um aluno sido escandaloso e exclamava: -- Oh! Que desastre!

Costumava chamar aos escandalosos de lobos rapaces. Se chegava a desconfiar que um jovem danificava aos companheiros com algum escândalo, chamava-o a si, avisava-o com as mais vivas expressões de dor e fazia-o vigiar de modo especial.

Com tais desvelos conseguiu corrigir muitos que traziam do mundo algum mau costume, como, por exemplo, certas liberdades no modo de falar.

Não se mostrava rigoroso neste ponto só para com seus filhos mas também para com os estranhos; eis porque não deixava de avisar oportunamente quando se apresentava ocasião.

Indo uma vez visitar um benfeitor viu à parede um quadro menos decente. Enquanto esperava que o atendessem virou-o ao contrário com a frente para a parede. O dono compreendeu o aviso e agradeceu a D. Bosco...

Sofria por qualquer ofensa feita contra Deus mas quando ouvia falar-se de escândalo, deixava transparecer logo a dor que lhe dilacerava o coração. Falando-se um dia de alguns escandalosos, D. Bosco deixou escapar estas palavras: -- Se não fosse pecado, eu os estrangularia com estas mãos!...''

V. Sinistrero. ''Dom Bosco nos guia à Pureza''. Niterói: Escolas Profissionais Salesianas, 1940, pp. 128-130.

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