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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Os difamadores, fofoqueiros ...

Texto de Santo Afonso de Ligório

" (...) alguns há que não podem mover a língua sem ofender os outros e falar de alguém a não ser mal. Estes faladores sem caridade deveriam ser EXPULSOS de todas as comunidades ou ao menos viver presos a vida inteira, pois só servem para impedir o recolhimento, a devoção e a paz dos outros. Permita Deus que não findem sua vida como aquele difamador, que, no leito da morte, num ímpeto de cólera, cortou a sua própria língua e assim expirou. S. Bernardo fala de um outro, cuja língua inchou instantaneamente, quando pretendia detrair S. Malaquias, e foi devorada por vermes, morrendo ele depois de sete dias de atrozes sofrimentos. (...) 

Tornamo-nos culpados de difamação não só quando revelamos faltas ocultas do próximo, mas também quando interpretamos mal suas obras ou lhe atribuímos uma má intenção; quando contestamos suas boas ações ou lhe negamos o louvor merecido. De que não é capaz uma língua difamante, para tornar crível o mal que afirma do próximo! Ela começa com louvor e acaba com censura, dizendo, por exemplo: fulano possui muitos dotes, mas é muito soberbo; sicrano é muito liberal, mas vingativo, e assim por diante.

Procura falar unicamente bem de teu próximo, alma cristã; fala de tal modo dos outros como desejarias que falassem de ti. Quanto aos ausentes, segue o conselho de S. Madalena de Pazzi: De um ausente não se deve dizer coisas que não se diriam se estivesse presente. Ao ouvires alguém difamar os próximo, evita excitá-lo ainda mais, mostrando agrado nisso, pois assim te tornarias igualmente culpado de seu crime. A um tal deves repreender, cortar a conversa ou então abandoná-lo e não lhe dar resposta nem atenção. "Circunda teus ouvidos com espinhos e não ouças a uma língua má" diz o Espírito Santo (Ecli 28,28). Pelo menos deves dar a conhecer, quer por teu silêncio ou semblante displicente, quer abaixando os olhos, que tal conversa te desagrada. Comporta-te de tal forma que, depois, ninguém mais ouse atacar, em tua presença, a boa reputação dos outros. 

Guarda-te de igualmente relatar a teu próximo o que um outro disse dele, pois de tais mexericos originam-se, muitas vezes, rancores e discórdias que duram meses, e anos. Rigorosas contas exigirá Deus das línguas que espalham intrigas. Quem ocasiona discórdia atrai das sobre si a ira de Deus. "Seis são as coisas que o Senhor aborrece e sua alma detesta a sétima" (Sab 6,16). Estas sétima coisa é a pessoa que 'espalha a discórdia entre irmãos'. Se alguém no calor da paixão, diz algum mal de outrem, sofre-se com paciência. Mas como poderá Deus suportar aquele que, com sangue frio, semeia a discórdia e perturba a paz dos outros? Se ouvires alguém falar mal do próximo, faze o que te ensina o Espírito Santo: 'Ouviste alguma palavra contra teu próximo? deixa-a morrer juntamente contigo' (Ecli 19,10). Não deves dar-te por satisfeito guardando-a em teu coração, mas deves deixá-la morrer nele. Quem estiver preso a algum lugar poderá escapar; quem está morto, porém, não poderá jamais abandonar o sepulcro. Não devemos dar a conhecer nem sequer a mínima coisa do que ouvimos, pois, feita a menor alusão, ainda que seja por uma meia palavra ou aceno de cabeça, se poderá concluir das circunstâncias ou, pelo menos, suspeitar do que se trata. Há pessoas, que, tendo ouvido algum segredo, parecem sofrer dores mortais por não poder revelá-lo, como se esse segredo fosse um espinho que traspassa o coração e que deve ser arrancado o mais depressa possível. Não procede assim; quando ouvires que teu próximo cometeu uma falta, cala-te a esse respeito e só a poderás revelar quando isso for necessário para o bem alheio ou do culpado".

Escola da Perfeição Cristã - Santo Afonso Maria de Ligório;

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